Digam-me que não é assim.
Digam-me que eu estou imaginando errado, que o mundo não é o imaginado, que o meu nunca será um sonho, pelo menos não o meu/os meus sonhos.
Digam-me que nunca serei a branquela de cabelo-fogo ou a cult que usa piercing e que entende de cinema e literatura; digam-me que não serei a superdescolada que tira fotos superlegais.
Digam-me também que eu nunca terei um blog de sucesso, ou 2, ou 3... ou 4.
Digam-me que eu nunca serei amiga de meus ídolos - que eu nunca atuarei com o ídolo ator e nunca cantarei ao lado do ídolo cantor/ banda.
Digam-me que eu não sei e não saberei ler, escrever, tocar, cantar, atuar e/ou fazer piada bem o suficiente para eu ser digna de admiração, autógrafo, seguidores no Twitter e foto com voce.
Digam-me que eu nunca serei o que eu quero, do jeito que eu espero, fazendo o que eu gosto. Digam-me que eu serei uma mera, simples, comum e anônima técnica em edificações, significante de um baixo salário, casada, com filhos pra criar, com dívidas pra pagar, sem contribuir pra, sem mudar nada em nenhum mundo desse mundo. Ou não como gostaria.
E, por obséquio, não me digam sobre minha idade.