04/12/2010

O tal e clichê fim de ano

O momento em que todos estavam esperando; o momento em que todos estão de saco cheio de suas rotinas e querem pegar logo o décimo terceiro para ou viajar ou fazer churrasco ou comprar cerveja (o que no final, dá a mesma coisa a 2ª e a 3ª opção) para depois comprarem perus, tênderes e qualquer outro tipo de carne de ave em grande quantidade para alimentar a família de 5 ou mais membros que irão para esta casa contando com tias, primas, avós, tias-avós, primos das cunhadas, para fazer um grande amigo secreto repleto de alegria e descontração onde as criancinhas não participarão por estarem correndo pela casa e correndo tanto a ponto de uma hora ter a cabeça espetada pela grande e super enfeitada árvore de natal, tendo a anfitriã que interromper a brincadeira para passar remédio na cabeça cortada do menino chorão de 5 anos, até retomar o tal amigo secreto e sem antes de botar as crianças hiperativas pra dormir, e conversar besteiras e mais besteiras de família até poucos dias depois começar a desejar muita paz, prosperidade e muito dinheiro no bolso para a própria família, para os colegas de trabalho (para o chefe também, claro, porque senão), para os amigos das crianças e seus respectivos pais, para os amigos da família, para a sogra, enfim, pra porra toda, até a chegada do dia 31 onde a mesma família monta uma mesa com mais comidas na beira da praia para passar a virada do ano vendo os fogos de artifício, virando-o com muita positividade, consequentemente, felicidade, desejando bem até às pessoas da mesa do lado, imaginando todas as mudanças radicais, e isso permanece até no dia seguinte, quando ainda se sente uma pessoa renovada, revigorada, da paz e do amor, curtindo as férias de janeiro, esperando dar fevereiro para começar a trabalhar recém-chegado das tais férias verão, por isso a preguiça, mas logo relaxa de novo com o feriado de carnaval, onde faz uma farra talvez maior, em outro lugar, pras crianças conhecerem, até voltar ao trabalho de novo, onde tudo recomeça, onde e quando vai se acostumando com tudo isso de novo: com contas chegando, carros quebrando, escola dos meninos, até mesmas e novas preocupações virem à tona até se esquecer de todas os desejos de perfeições (ou quase perfeições) faladas para o ano recém-virado e jogar fora a folhinha de samambaia que estava guardada na carteira.

14/11/2010

A crônica dos 20 reais

O Brasil de hoje, pelo que vejo, é aquele país onde as surpresas que ocorrem já são de se esperar. Não te surpreende mais ser assaltado a mão armada, ser atropelado no sinal vermelho, ser enganado por mecânicos a bancários e ninguém ter, no mínimo olhos, ao próximo.
Eu disse isso porque, se formos relacionar o que aconteceu comigo ao mundo dos dias atuais, o fato ocorrido foi totalmente vintage. Sim, pois, hoje em dia, quem confiaria 20 reais em uma pessoa que se desconhece? E pior (ou melhor): quem aceitaria esse dinheiro?
Vou explicar melhor. Estava chegando no colégio onde estudo, quando um cara, estudante do mesmo, me para e me diz:
- Com licença, voce conhece alguém da turma 211-B?
O canudo de desenho arquitetônico nas minhas costas deve ter justificado a escolha do garoto. Como no meu círculo de amizade há pessoas que conhecem pessoas do primeiro ano, falei:
- Acho que sim... Apenas de vista.
Quando pensei que a conversa iria parar por aí e eu não poderia ajudá-lo, ele me fez a seguinte pergunta:
- Bem... Será que voce pode me fazer um favor?
Sim, fiquei apreensiva. Eu não conhecia o autor desta pergunta e não sabia o que ele iria pedir. Um desconhecido pedindo um favor - hum. Teria mais uma coisa pra fazer, mais uma coisa para me preocupar. Pouca gente daria trela para uma situação destas, mas...
- Pode falar - falei.
O cara coloca a mão no bolso e a tira com 20 reais nela. Ele estava pedindo para eu entregar esse dinheiro a uma amiga dele da tal turma 211-B. Não, não sei se esse dinheiro era empréstimo, pagamento de dívida ou coisa assim. Não perguntei.
Depois de alguns segundos de pensamento, eu aceitei a proposta. Peguei o dinheiro e entrei no colégio.
Sim, eu estava com 20 reais na mão e qualquer um, inclusive eu, poderia fazer o que quisesse com eles. Alguns brasileiros esqueceriam desse favor e desse dinheiro e quando o visse de novo pensaria que a mãe, o pai ou a tia teria dado para o lanche da semana. Outra parcela de brasileiros ficaria descaradamente com o dinheiro, podendo gerar uma confusão entre os reais envolvidos nessa história... Mas ela não iria estar nem aí. Não sei se sou a única pessoa que seria (e foi) capaz de fazer o que foi pedido, mas com toda certeza sei que seria muito mais fácil não aceitar, pois não conhecia a receptora da grana. Mas eu aceitei.
Na verdade, pensei que seria fácil achar essa garota, pois como já disse, um pessoal da minha sala conhece gente do 1º ano. "É só entregar a eles e eles entregam a ela!". Mas não! Perguntei a um, a dois, a todos que conheciam gente do 1º ano do curso de edificações e ninguém conhecia. Perguntei a pessoas de outras salas que eu conhecia, e realmente, ninguém conhecia. O que mais eu poderia pensar a não ser que essa menina não existia? Era Deus me dando 20 pilas de presente por bom comportamento? (tá, exagerei no bom comportamento. Deveria ser por outro motivo, mesmo.)
Perguntei à mulher que fica atenta aos que sobem para a sala na hora errada onde ficava a sala da turma 211-B.
- Ou na sala 109 ou na sala 110.
Lá vou eu subir. Quando chego ao final do corredor, não vejo ninguém na 109 e outra turma na 110.
Desci, um pouco impaciente, e esperei tocar o sinal para a próxima aula.
Quando tocou, chamei meu amigo para ir comigo e para me ajudar a ter coragem de interromper a aula de algum professor pra entregar uma nota do mico leão dourado a uma menina que eu não conhecia na frente de todo mundo. As salas 109 e 110 estavam na mesma situação, mas a 111 estava com a turma que eu queria. Pedi licença ao professor atuante, perguntei quem era Débora e naquele tenso silêncio, entreguei o dinheiro à menina da frente, encostada na parede, com menos que meias palavras, e saí. Finalmente, missão cumprida!
Meus amigos ficaram loucos quando cheguei no colégio e contei essa história! Eles ficaram se perguntando como um cara entrega 20 reais a alguém desconhecido, e se perguntaram mais ainda por que eu peguei esse dinheiro. Sabe que eu não sei? Não sou defensora dos fracos e oprimidos, mas em um lugar onde solidariedade, sinceridade e honestidade estão abaixo de tudo, acho que o que quis fazer mesmo foi minha parte (mesmo que seja pequena) para mudar essa realidade.



21/10/2010

O que não coube em 140 caracteres

Crianças são bonitinhas, até certa idade. As crianças são bonitinhas enquanto elas são pequenininhas, enquanto elas parecem uns filhotes. Depois elas começam a crescer e viram uma espécie de Demônio. Uma criança de 6, 7 anos, é o mais próximo do Diabo que voce pode chegar na sua vida. Então, voce tá achando que tá cometendo um pecado, voce tá achando que voce vai pro inferno e vai ter que acertar conta com o Diabo lá? Não precisa, cara, voce tem é que ter mais medo da criança de 7 anos que tá na sua frente. Ela pode fazer mais mal pra voce do que o Diabo.

Paulo César Siqueira


falou tudo

01/10/2010

Eleições

Eu, na cidade, em um dia normal, rotineiro, pensando na mesma orla. Olha o carro do Collor, pra variar. Collor 14. Olha a foto dele. É, né, ele fez uma cirurgia no nariz. Ouvi falar. Collor. O dia em que eu o vi! Foi o cobrador que falou: "Olha o Collor!". Era ele mesmo e quando cheguei em casa fiz suco de maracujá... Enfim, não perderia a chance de tirar foto com o "criador do movimento colorido"... Hahaha, quanta besteira! Não duvido nada que eu seria capaz... Chegou na presidência... Ah, sei lá, talvez só de onda. Sou do bem, eu tou com Téo. Sou do bem, eu tou com Téo. Sou do bem, eu tô com Téo. Hã? No que eu tava pensando mesmo? Ah, sim, o Collor. Deixa eu lembrar o que eu tava pensando, todo o processo e tal. Ah, cirurgia no nariz, boneco, sem expressão, "movimento colorido" (hahaha)... É, é isso mesmo. Só isso, mesmo. É Téo, é téo, é Téo é Téo é Téo. Hã...Vou escrever no blog.

27/08/2010

Por obséquio,

Digam-me que não é assim.
Digam-me que eu estou imaginando errado, que o mundo não é o imaginado, que o meu nunca será um sonho, pelo menos não o meu/os meus sonhos.
Digam-me que nunca serei a branquela de cabelo-fogo ou a cult que usa piercing e que entende de cinema e literatura; digam-me que não serei a superdescolada que tira fotos superlegais.
Digam-me também que eu nunca terei um blog de sucesso, ou 2, ou 3... ou 4.
Digam-me que eu nunca serei amiga de meus ídolos - que eu nunca atuarei com o ídolo ator e nunca cantarei ao lado do ídolo cantor/ banda.
Digam-me que eu não sei e não saberei ler, escrever, tocar, cantar, atuar e/ou fazer piada bem o suficiente para eu ser digna de admiração, autógrafo, seguidores no Twitter e foto com voce.
Digam-me que eu nunca serei o que eu quero, do jeito que eu espero, fazendo o que eu gosto. Digam-me que eu serei uma mera, simples, comum e anônima técnica em edificações, significante de um baixo salário, casada, com filhos pra criar, com dívidas pra pagar, sem contribuir pra, sem mudar nada em nenhum mundo desse mundo. Ou não como gostaria.
E, por obséquio, não me digam sobre minha idade.

01/08/2010

Trabalho de escola, vulgo A mulher na arte

Que ser é a mulher?
É um passaro ou um avião?
É aquilo que voce quer
O que está no coração.

A mulher, pra ser artista
Sofreu no século dezenove
Mas Deus lhe disse:
"Vai lá e inove!"

E com muita luta conseguiu
Incorporar no mundo das artes
Isso prova que a mulher
Não é sempre só o encarte.

Já sei o que é a mulher!
Não é passaro nem avião
São os dois ao mesmo tempo
E muito mais que um coração.


Um pouco do vazio do desespero da impaciência, onde o coração é o salvador.
Nem 5 minutos gastos.

23/07/2010

Muitas palavras, algumas vírgulas e um ponto final

Aureliano Segundo não tomou consciência da ladainha até o dia seguinte depois do café quando se sentiu aturdido por um zumbido que já estava mais fluido e mais alto que o barulho da chuva e era Fernanda que passeava pela casa inteira se lamentando de que a tivessem educado como uma rainha para acabar de criada numa casa de loucos, com um marido vagabundo, idólatra, libertino, que ficava de papo para o ar esperando que chovesse pão do céu, enquanto ela destroncava os rins tentando manter à tona um lar preso com alfinetes, onde tinha tanto que fazer, tanto que aguentar e corrigir, desde que amanhecia o Senhor até a hora de dormir, que já chegava na cama com os olhos vidrados, e no entanto nunca ninguém lhe dera um bom dia, Fernanda, como passou a noite, Fernanda? nem lhe perguntara, mesmo que fosse só por delicadeza, por que estava tão pálida nem por que se levantava com essas olheiras roxas, apesar de ela não esperar, é claro, que aquilo saísse do resto de uma família que afinal de contas sempre a considerara como um estorvo, como o pegador de panelas, como uma bruxinha de pano pendurada na parede, e que sempre andavam tresvariando contra ela pelos cantos, chamando-a de santarrona, chamando-a de fariseia, chamando-a de velhaca, e até Amaranta, que Deus tenha, havia dito a viva voz que ela era das que confundiam o reto com as têmporas, bendito seja Deus que palavras, e ela aguentara tudo com resignação pelas intenções do Santo Pai, mas não pudera suportar mais quando o malvado do José Arcadio Segundo disse que a perdição da família tinha sido abrir as portas para uma franguinha, valha-me Deus, uma franguinha filha de má saliva, da mesma índole dos frangotes que o Governo tinha mandado para matar os trabalhadores, veja voce, e se referia nada mais nada menos do que a ela, a afilhada do Duque de Alba, uma dama de tanta classe que deixara as esposas dos presidentes no chinelo, uma fidalga de sangue como ela tinha o direito de assinar onze sobrenomes peninsulares e que era o único mortal desse povoado de bastardos que não se sentia atrapalhado diante de dezesseis talheres, para que logo o adúltero do seu marido dissesse morrendo de rir que tantas colheres e garfos, e tantas facas e colherinhas, não eram coisa de cristão, mas de centopéia, e a única que podia dizer de olhos fechados quando se servia o vinho branco, e de que lado, em que taça, e quando se servia o vinho tinto, e de que lado, em que taça, e não como a rústica da Amaranta, que em paz descanse, que pensava que o vinho branco se servia de dia e o vinho tinto de noite, e a única em todo o litoral que podia se vangloriar de não se ter aliviado a não ser em penicos de ouro, para que em seguida o Coronel Aureliano Buendía, que em paz descanse, tivesse o atrevimento de perguntar com os seus maus bofes de maçom a troco de que tinha merecido esse privilegio, por acaso ela não cagava merda, e sim orquídeas?, imaginem, com essas palavras, e para que Renata, sua própria filha, que por indiscrição tinha visto o seu número dois no quarto, respondesse que realmente o penico era de muito ouro e de muita heráldica, mas o que tinha dentro era pura merda, merda física, e pior que as outras, porque era merda de gente metida a besta, imaginem, sua própria filha, de modo que nunca tivera ilusões com o resto da família, mas de qualquer maneira tinha o direito de esperar um pouco mais de consideração da parte do marido, já que bem ou mal era o seu cônjuge de sacramento, o seu autor, o seu legítimo prejudicador, que se encarregara por livre e espontânea vontade da grave responsabilidade de tirá-la do solar paterno, onde nunca se privara de nada nem sofrera por nada, onde tecia coroas fúnebres por pura diversão, já que seu padrinho tinha mandado uma carta com a sua assinatura e o selo do seu anel impresso no lacre, só para dizer que as mãos da afilhada não tinham sido feitas para os trabalhos deste mundo que não fossem tocar clavicórdio e, entretanto, o insensato do marido a tirara de casa, com todas admoestações e advertências, e a trouxera para aquela caldeira do inferno onde não se podia respirar de tanto calor, e antes de que ela acabasse de guardar as suas abstinências de Pentecostes, já tinha ido embora com os seus baús migratórios e o seu acordeão de perdulário para gozar em adultério com uma desgraçada de quem bastava olhar as nádegas, bem, já estava dito, de quem bastava olhar as nádegas de potranca para adivinhar que era uma, que era uma, exatamente o contrário dela, que era uma dama no palácio ou na pocilga, na mesa ou na cama, uma dama de nascença, temente a Deus, obediente às suas leis e submissa aos seus desígnios, e com quem não podia fazer, é claro, as nojeiras e vagabundagens que fazia com a outra, que é claro que se prestava a tudo, como as matronas francesas, e pior ainda, pensando bem, porque estas pelo menos tinham a honradez de colocar uma luz vermelha na porta, semelhantes porcarias, imaginem, só faltava essa, com a filha única e bem amada de D. Renata Argote e D. Fernando Del Carpio, e sobretudo deste, é claro, um santo varão, um cristão dos grandes, Cavaleiro da Ordem do Santo Sepulcro, desses que recebem diretamente de Deus o privilégio de se conservarem intactos na cova, com a pele esticada como cetim de noiva e os olhos vivos e diáfanos como as esmeraldas.


Trecho retirado do livro Cem Anos de Solidão. Por sinal, a maior frase que já li na minha vida até agora.


- Isto que não é verdade - interrompeu-a Aureliano Segundo - quando o trouxeram já estava fedendo.

27/06/2010

O parabéns é nosso

Há exatamente um ano atrás, aconteceu um dia muuuuito importante pra mim. Nesse mesmo dia, há um ano atrás, foi um dia muito importante pra outra pessoa também. E um ano depois, ou seja, hoje, também é um dia muito importante pra essa pessoa. E será em todos os anos nesse mesmo dia. Adivinha por quê?!
Parabéns, Wagner Moura! Obrigada (e parabéns, rs) por fazer do dia 27 de junho de 2009 o melhor dia da minha vida!
Um dia ainda falo o resto do que eu sinto por voce.

26/05/2010

Uma crisezinha de pancreatite cerebral

Não sei se isso adianta, não sei se isso adiantará. Nada pra fazer. Por que não deixar meu blog  às moscas? Por que escrever alguma coisa, enquanto meus cds estão baixando e o tempo está passando para cada vez menos tempo ter para estudar? Para amar... Pra viver o que quer, sonhar o que quer...? Loucuras. Vícios. Vale do Silício - prova de geografia que, por acaso, não ocorreu. Será que alguém sofre mais do que eu? Sempre me perguntam isso, e sempre falam que sim. Quem me conhece? Quem sabe o que é ter uma cabeça que "não pode ter"? Ser amada e odiada... Reconhecida...? Enfim. É o fim. A mesma coisa acontece e tudo se resolve do mesmo jeito - se é que se resolve. Coragem. Enfrente de maneira diferente. Não! Por que não? Por que sim? Por que, tudo? Por que é tudo comigo? É muito? Eu aguento isso? Que mané mensagens positivas. Elas não mudam os meus problemas, as minhas lembranças... Os meus problemas. Talvez, aos dezesseis. Tenho mesmo que crescer, que amadurecer. Tenho? Consigo? Vivo, é isso.

20/04/2010

Há um ano: de emoções a frustrações, um dia e tanto!

Tenho inúmeras coisas pra fazer: casa, colégio, hobbies... Mas uma coisa eu não posso deixar de fazer hoje, que é falar de um dia muito especial pra mim - dia 20 de abril de 2009. Nem que eu escreva com pressa, de relance; só com os olhos... com a boca, sei lá - mas me sinto na obrigação de falar desse dia. De qualquer jeito.
Esse foi o dia em que eu mais, vamos dizer assim, vivi o ilimitado mundo da realidade e o da irrealidade. Dia de primeiras vezes; dia de desejo atendido; dia, a princípio, de felicidade. Foi o dia em que um cara típicamente acomodado se dispôs a viajar comigo pela 2ª vez por minha causa - por minha causa, uma coisa que não pensei que ia acontecer no auge dos meus 14 anos -, e me levou apenas para eu assistir a um show da minha banda favorita. Também foi o dia em que não conseguir achar o hotel em que eu ia me hospedar por um dia e que precisei ligar pro meu amigo, que ia ver o mesmo show que eu e com quem eu bati o recorde de trocas de mensagens. O dia em que eu fiquei mais nervosa da minha vida, chegando a deixar o final de um pastel, onde estava o recheio. O dia em que eu cheguei 4 horas antes do show  - sem saber.  O dia em que eu fui ao tão desejado (por mim) show com um amigo, acreditem, um amigo e quando eu conheci Bento, que não é mais o amor da minha vida. Um dia em que eu achei uma pessoa que sentia ser tão especial e tão a ver comigo. O dia da primeira vez em que vi o Paulo Miklos (o dia em meu coração quase saiu pela boca). Foi quando pela primeira vez me roubaram, e olhe que a coisa nem era minha. Foi quando me perdi das pessoas que eu conheço e tinha acabado de conhecer, quando eu fui esmagada por pessoas só pra conseguir tocar na van e ver Tony Belloto e Branco Mello sem poder tocá-los. O dia em que mais chorei na minha vida: desespero da máquina perdida, do celular quebrado, do pai e outros perdidos. O dia do reencontro nervoso - comunicado de notícias não muito boas pra ele, terríveis pra mim, com o esquecimento às 4h da manhã... depois de muita discussão sobre eu ter "morrido na praia".
Foi o dia em que eu morri na praia. Não conheci os caras que queria conhecer; conheci o cara que nem fazia questão, e me perdi dele. Foi o dia em que, com todas as coisas ruins que aconteceram, ainda tive vontade de pedir bis.
Foi um dia muito especial pra mim, e falem o que quiserem. Só acho uma pena "algumas pessoas" quererem esquecê-lo... É isso.

14/03/2010

Que saudade da casa do meu pai. Ainda me lembro de quando a recente mudança, quando subia nas janelas, andava por entre os becos da casa e procurava o que fazer, mesmo há alguns metros da praia. Onde já subi no telhado, e onde já perdi uma bola de pro vizinho. Na casa escura, onde já fiquei trancada com a televisão nos dias de chuva, onde já colhi pimentas das pimenteiras hoje já estragadas, onde minhas mãos já arderam antes do terror de passar açúcar nelas... se é que paravam de arder. Onde já tomei banho de mangueira, onde já tentei escalar a churrasqueira, onde já joguei dominó com os vizinhos no mesmo dia em que apareceu um cobra coral na referida casa, que foi jogada à pista pelo dono da casa (primeira vez). Onde já fiquei grilada por não saber jogar basquete, onde resultou numa cesta improvisada com milhares de arremessos falhados e alguns até acertados (sim, com a bola que posteriormente perdi pro vizinho). Onde eu começei a gostar de Danilo Gentili, onde eu esperei meu namorado pela primeira vez, e de onde eu saí para encontrar meu namorado antes mesmo de ser meu namorado. Onde via e ouvia Titãs, olhando pela janela com a esperança de sonhos e mais sonhos realizados; onde fertilizava ainda mais minha imaginação. Aqui que eu ficava quando minha mãe trabalhava, aqui que assistia o CQC pela internet e com raiva. Entre muitas outras coisas, que saudade daqui!

07/03/2010

O que o câncer faz

Que texto difícil.
Justo eu, uma menina facilmente apavorada (ou apavoradamente fácil) , estou aqui pra falar de uma palavra tão indesejada por todos - câncer.
Câncer pode ser aquele signo zodiacal, onde o símbolo é um caranguejo e os nascidos entre os dias 21/06 e 20/7, como um irmão meu, "pertencem" a ele. Parece que os cancerianos são apegados à família. Divertidos... Wagner Moura é canceriano.
Câncer também pode ser o nome daquele trópico que é cortado no Hemisfério Norte, lá pela altura do México.
Mas nada alivia a dor com que falo do câncer mais doloroso.
Quero falar desse assunto aqui agora nesse post, porque aconteceu uma coisa muito chata no meu mundo recentemente. Uma amiga faleceu assim.
Ela era de São Paulo, tinha uns vinte e poucos anos - não sei a idade exata, pois fazia um tempo que eu não falava com ela (agora, sei o infeliz porquê). Conheci-a há uns dois anos, na internet, não a conheci pessoalmente e éramos amigas. Ela era querida por todos e, morreu de câncer.
Uma menina nova, amável, não resistiu à maldita. Lamentável. Mesmo. 
Não é a primeira vez que a ocasião aconteceu no meu mundo. Já perdemos uma pessoa muito , mas muito querida por mim - e com certeza, pelo resto que o conhecia - assim, que batalhou contra e venceu 2 cânceres e no terceiro... bem, foi isso.
Agora eu pergunto: por que essas pessoas? Por que, justamente elas, foram escolhidas?
Parece injusto. 
Deus sabe o que faz, mas deixa o doente sofrer com as sessões de quimioterapia, se sentir cada vez mais fraco e, ás vezes, fazê-lo não aguentar. Pode ser que Deus o queira mais perto dele. Faz sentido... Melhor não sofrer do que sofrer. Mas a pessoa sofre. E as pessoas a sua volta também. É isso que o câncer faz (mesmo quando você sabe da doença da amiga tarde demais).
Hoje estava assistindo o final do Jornal Hoje quando passou a notícia da morte daquele ator de Caras e Bocas. Denner Pacheco, 25 anos, câncer no estômago. Nossa, tão jovem... devia ser querido também.




Desculpem-me o texto baixo-astral, leitores-fantasmas... mas eu precisava escrever isto.

12/02/2010

Bento

Ainda tenho que falar deste garoto por aqui... Mas por enquanto, fiquem com este lindo (ele disse que gostou do) poema que fiz na escola esperando a hora de ir pro inglês.

Bento Bento Bento Bento
Vento sento tento
Aguento
Bento
Amo chamo clamo
Insano
Bento
Ensino menino hino
O sino
Acordo recordo recordo recordo
O menino
que eu amo:
Bento.

08/02/2010

Dívidas, juros, dividendos...

Tô devendo um texto de fim de ano. Não sei se para vocês, mas com certeza para mim.
Só queria dizer que o ano (já) passado foi maravilhoso. Foi o ano que eu virei fora da minha casa, o ano que eu entrei na escola técnica, o que eu conheci mais sobre a minha banda preferida e tive a oportunidade de assistir a um show da minha banda preferida! Onde eu não conhecia, onde eu fui com o meu pai, onde eu encontrei com o meu amigo (que futuramente seria mais amigo ainda) e onde eu conheci o amor da minha vida (coisa que explico depois). Coisas aconteceram que eu nunca imaginara; e que nunca pensei que fosse tão bom. Para mim não era possível um ano ser maravilhoso, ou até mesmo vamos dizer assim, perfeito. Conhecer pessoas legais e conhecer um dos meus ídolos era uma coisa dos meus acordados sonhos (acreditem). E isso, pela primeira vez na minha vida, foi perfeito.
Em 365 dias acontece muita coisa, e eu queria agradecer a TODOS, TODOS, que fizeram todas essas coisas boas acontecerem. E que continuem fazendo.