14/03/2010

Que saudade da casa do meu pai. Ainda me lembro de quando a recente mudança, quando subia nas janelas, andava por entre os becos da casa e procurava o que fazer, mesmo há alguns metros da praia. Onde já subi no telhado, e onde já perdi uma bola de pro vizinho. Na casa escura, onde já fiquei trancada com a televisão nos dias de chuva, onde já colhi pimentas das pimenteiras hoje já estragadas, onde minhas mãos já arderam antes do terror de passar açúcar nelas... se é que paravam de arder. Onde já tomei banho de mangueira, onde já tentei escalar a churrasqueira, onde já joguei dominó com os vizinhos no mesmo dia em que apareceu um cobra coral na referida casa, que foi jogada à pista pelo dono da casa (primeira vez). Onde já fiquei grilada por não saber jogar basquete, onde resultou numa cesta improvisada com milhares de arremessos falhados e alguns até acertados (sim, com a bola que posteriormente perdi pro vizinho). Onde eu começei a gostar de Danilo Gentili, onde eu esperei meu namorado pela primeira vez, e de onde eu saí para encontrar meu namorado antes mesmo de ser meu namorado. Onde via e ouvia Titãs, olhando pela janela com a esperança de sonhos e mais sonhos realizados; onde fertilizava ainda mais minha imaginação. Aqui que eu ficava quando minha mãe trabalhava, aqui que assistia o CQC pela internet e com raiva. Entre muitas outras coisas, que saudade daqui!

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