30/07/2013

Isso é preconceito?

          Vim de um canto do Brasil e vim para um extremo a aproximadamente 4000km de distância. Por isso, é comum o pessoal daqui ter uma impressão diferente de como lá é realmente e vice-versa, apesar da fama de gaúcho ser preconceituoso é bem maior. Então, vou apresentar a vocês as impressões que cada povo tem sobre quem e o que vem de longe.
“Nós, do Nordeste, vemos a região Sul (lê-se: de São Paulo para baixo) como a mais fria, a mais alemã e a mais próspera do país. Onde todo mundo tem olho claro e é loiro. Onde a única coisa que se faz é tomar chimarrão, comer churrasco e dizer “Bah, tchê!”. Onde não existe pobreza. Onde todo homem é gay. Onde todos são xenofóbicos e querem exterminar o que não é da tua terra.”
“Nós, do Sul, vemos o Nordeste (lê-se: de São Paulo pra cima) como uma coisa só, uma cidade só: não existem nove estados, apenas infinitas praias, umas iguais às outras.  Onde o que não é praia, é sertão. Onde não existe nenhum lugar alto, em que dá pra sentir frio. Onde todo mundo é baiano. Onde todo mundo é cabeça-chata e feio. Onde todo mundo é pobre e burro.”
O principal problema que tenho com esses estereótipos é em distinguir até onde é brincadeira e até onde é preconceito de verdade. Nunca havia sofrido preconceito na vida. Desde que cheguei já me senti, sim, ofendida algumas vezes (e a sensação é horrorosa). Mas não sei se é certo se sentir assim; não sei se brigo com todos, alegando que ninguém sabe nada ou se rio de tudo, sendo até capaz de engolir sapos; fico um pouco confusa.
Enfim, todas as impressões contêm verdades e mentiras. Daí, cabe à ignorância de cada um generalizar e julgar com uma atitude errada.