Vim de um
canto do Brasil e vim para um extremo a aproximadamente 4000km de distância.
Por isso, é comum o pessoal daqui ter uma impressão diferente de como lá é realmente
e vice-versa, apesar da fama de gaúcho ser preconceituoso é bem maior. Então,
vou apresentar a vocês as impressões que cada povo tem sobre quem e o que vem
de longe.
“Nós, do
Nordeste, vemos a região Sul (lê-se: de São Paulo para baixo) como a mais fria,
a mais alemã e a mais próspera do país. Onde todo mundo tem olho claro e é
loiro. Onde a única coisa que se faz é tomar chimarrão, comer churrasco e dizer
“Bah, tchê!”. Onde não existe pobreza. Onde todo homem é gay. Onde todos são
xenofóbicos e querem exterminar o que não é da tua terra.”
“Nós, do Sul,
vemos o Nordeste (lê-se: de São Paulo pra cima) como uma coisa só, uma cidade
só: não existem nove estados, apenas infinitas praias, umas iguais às outras. Onde o que não é praia, é sertão. Onde não
existe nenhum lugar alto, em que dá pra sentir frio. Onde todo mundo é baiano. Onde
todo mundo é cabeça-chata e feio. Onde todo mundo é pobre e burro.”
O principal
problema que tenho com esses estereótipos é em distinguir até onde é
brincadeira e até onde é preconceito de verdade. Nunca havia sofrido
preconceito na vida. Desde que cheguei já me senti, sim, ofendida algumas vezes
(e a sensação é horrorosa). Mas não sei se é certo se sentir assim; não sei se
brigo com todos, alegando que ninguém sabe nada ou se rio de tudo, sendo até capaz
de engolir sapos; fico um pouco confusa.
Enfim, todas
as impressões contêm verdades e mentiras. Daí, cabe à ignorância de cada um
generalizar e julgar com uma atitude errada.
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