22/06/2013

Honestidade

    Era dia de Sol. Ela tinha 17 e ele 19. Namoravam há 9 meses - uma gestação. Nunca ficaram grávidos, exceto uma vez, mas tiveram aborto espontâneo.
    Ele já não queria mais namorá-la. Estava cansado e confuso - e conheceu outra guria que achou atraente até demais. O problema não era a namorada, era ele mesmo.
    Pois então, no dia de terminar o relacionamento, a menina de 17 anos estava se atrasando horas para o encontro e só depois da preocupação descobriu que ela havia sido atropelada por um ônibus e morrido no local. Triste, não?
    Ele se comoveu com todas as mensagens postadas em ambos os Facebooks. Porém, como não conseguia não ser sincero, escreveu no da ex-namorada um recado sem nenhum "meu amor" ou "te amarei para sempre": disse apenas que sentiria sua falta.

06/06/2013

Loja de Inconveniência

      Hoje em dia, não custa muito caro uma inconveniência - ou melhor, não é tão significativa nem para quem vende, nem para quem adquire o produto. Vamos ser sinceros.
      Considero inconveniência como qualquer palavra ou frase que faz alguém se sentir ofendido(a) ou constrangido (a). Mas na verdade, acho que até atos são bobos, desnecessários e discriminatórios. Até atos me soam inconvenientes.
      O problema é quando se quer cobrar um certo teor de conveniência (padrão determinado pelo(a) cobrador(a) chato(a)) afim de se analisar o nível de caráter de uma pessoa. Poxa, não devemos ser indiscretos o tempo todo, mas se formos parar para analisar cada letra, cada olhar, cada risada e ficar com raiva, não conseguiremos ter uma boa relação com a sociedade no geral. As inconveniências neste século XXI são facilmente notadas e dificilmente evitadas. Todo mundo comete; é algo que está no mundo. Enfim, é questão não de caráter, mas de carisma.
       O melhor a ser feito nessa situação, a meu ver, é aceitar essa nova era e não levar piadas, comentários (assim como este texto), caras e bocas extremamente a sério. É o segredo da felicidade. É a alma do negócio.

02/06/2013

Diplomacia

Essa semana me disseram que eu tinha olhar em todos os lugares, amigos em todos os lugares e que, de certa forma, minha "diplomacia" ajudava.

Achei legal esse título de viajante querida, amiga de todos. Só que fico tão vaidosa quando me admiram por essa minha qualidade da fácil comunicação que me esqueço que nem sempre é o que acontece.

Talvez por desvios de ideias ou por falha em expressões verbais, tem gente que não gosta de mim, e aceitar isso acabou sendo uma de minhas maiores dificuldades.

Como eu ajo, o que eu falo, como eu falo. Gestos, palavras, jeitos. Nada disso é feito com o intuito de algo ou de muita coisa em troca; se é meio clichê escrever isto eu não sei, mas é o meu jeito. E esse traço forte só se fez por causa disso. É o que sou e, sim, quem sabe ao longo da vida eu não mude.

E é daí que surge a vontade, o esforço e a frustração de tentar consertar, cicatrizar algo com alguém com quem essa simpatia não deu certo. É nessas horas que forço, que quero "nem feder, nem cheirar", para, principalmente, evitar conflitos (seja do tipo que for) ou consertar imagens deturpadas. Mas continua sem dar certo, geralmente.

Eu queria que todo mundo gostasse de mim. Mas já sei que não dá. Vai ver, essa é a graça das relações humanas. Ou de ficar viajando por aí.