04/12/2010

O tal e clichê fim de ano

O momento em que todos estavam esperando; o momento em que todos estão de saco cheio de suas rotinas e querem pegar logo o décimo terceiro para ou viajar ou fazer churrasco ou comprar cerveja (o que no final, dá a mesma coisa a 2ª e a 3ª opção) para depois comprarem perus, tênderes e qualquer outro tipo de carne de ave em grande quantidade para alimentar a família de 5 ou mais membros que irão para esta casa contando com tias, primas, avós, tias-avós, primos das cunhadas, para fazer um grande amigo secreto repleto de alegria e descontração onde as criancinhas não participarão por estarem correndo pela casa e correndo tanto a ponto de uma hora ter a cabeça espetada pela grande e super enfeitada árvore de natal, tendo a anfitriã que interromper a brincadeira para passar remédio na cabeça cortada do menino chorão de 5 anos, até retomar o tal amigo secreto e sem antes de botar as crianças hiperativas pra dormir, e conversar besteiras e mais besteiras de família até poucos dias depois começar a desejar muita paz, prosperidade e muito dinheiro no bolso para a própria família, para os colegas de trabalho (para o chefe também, claro, porque senão), para os amigos das crianças e seus respectivos pais, para os amigos da família, para a sogra, enfim, pra porra toda, até a chegada do dia 31 onde a mesma família monta uma mesa com mais comidas na beira da praia para passar a virada do ano vendo os fogos de artifício, virando-o com muita positividade, consequentemente, felicidade, desejando bem até às pessoas da mesa do lado, imaginando todas as mudanças radicais, e isso permanece até no dia seguinte, quando ainda se sente uma pessoa renovada, revigorada, da paz e do amor, curtindo as férias de janeiro, esperando dar fevereiro para começar a trabalhar recém-chegado das tais férias verão, por isso a preguiça, mas logo relaxa de novo com o feriado de carnaval, onde faz uma farra talvez maior, em outro lugar, pras crianças conhecerem, até voltar ao trabalho de novo, onde tudo recomeça, onde e quando vai se acostumando com tudo isso de novo: com contas chegando, carros quebrando, escola dos meninos, até mesmas e novas preocupações virem à tona até se esquecer de todas os desejos de perfeições (ou quase perfeições) faladas para o ano recém-virado e jogar fora a folhinha de samambaia que estava guardada na carteira.