Um dia desses, num desses intervalos da vida acadêmica, estava eu comendo o pão-pizza nosso de cada dia. Por um momento, parei, pois de tantos dias desses, nenhum me mostrou uma coisa tão impressionante quanto curiosa: uma formiga, grande, carregando um também grande piriquiti. De que serviria aquela bolinha vermelhinha e dura no formigueiro dela? Será que o esforço valeria a pena?
Certas vezes, é preciso sofrer pra encontrar a resposta certa, nem que seja um pouco. Diz-se que devemos ter uma vida leve, sem preocupações desnecessárias e com aquela tal blablazada que só ouvimos ou no final do ano... Ou quando dizemos que não estamos bem. Como adepta de Shakespeare, as coisas entre o Céu e Terra com o que a sua filosofia não sonha se instalam em mim, na minha vida, no meu destino. Eu sinto um peso nisso: às vezes bom, às vezes ruim, mas sempre querendo dizer que algo vai acontecer, mas de nenhuma forma que a gente pensou. Ainda assim, quero ir até o fim. Porque se for ruim, não é agora que eu saberei.
Quando terminei o lanche, olhei de novo para o chão e ainda estava lá a vitoriosa, musculosa e com a força de vontade que talvez nem todos gostariam de ter. As companheiras dela estavam folgadas - com apenas flores nas costas - , sabendo ou não se podiam conseguir mais... E sem a curiosidade que todos deveriam ter.