12/10/2012

Violeta foi para o Céu

      Há muito tempo, resolvi criar uma história onde a personagem principal chama-se Violeta. Foi um nome difícil de escolher - tive que pedir auxílio - e confesso que, no início, relutei um pouco em aceitar.
      Eu queria uma personagem corajosa, decidida e à frente do seu tempo. Fiquei desconfiada porque eu nunca tinha ouvido falar em alguém com esse nome até então, sem falar nas referências bucólicas a que ele remete - a flor, a cor -, gerando a contradição pitoresca e decisiva para Ela, que resultou, depois de uma reflexão, em enorme satisfação pessoal (da Ananda) por conseguir ter criado a personagem.
      Até que, por esses dias, ocasionalmente passei pelo cinema e vi um cartaz com uma mulher bonita, de cabelos longos, roupas diferentes e segurando um violão com as duas mãos. Eu, que já havia me interessado bastante no filme pela foto, me deparei com o título: VIOLETA foi para o Céu. Foi nessa hora que eu não tive dúvidas de que eu precisava vê-lo.
      De repente estava dentro do cinema, esperando conhecer essa Violeta que um dia existiu.
     Seu sobrenome é Parra. Foi uma cantora chilena, que nasceu no fim da década de 10, que foi uma das maiores artistas do país e que teve uma vida difícil. Aliás: cantora, compositora, instrumentista, artista plástica e compiladora.
     Do início ao fim do filme, eu fiquei meio impactada com a semelhança entre a personalidade da Violeta Parra e a minha Violeta. As duas não são exatamente iguais, é claro, mas também foi legal ver os defeitos da cantora - já que alguns a minha personagem também cometeria e outros não.
   Obrigada, Violeta Parra, por ter existido e por fazer outras Violetas por aí pelo mundo - ou pelas cabeças doidas dos que povoam este mundo doido - também existirem.