Que saudade da casa do meu pai. Ainda me lembro de quando a recente mudança, quando subia nas janelas, andava por entre os becos da casa e procurava o que fazer, mesmo há alguns metros da praia. Onde já subi no telhado, e onde já perdi uma bola de pro vizinho. Na casa escura, onde já fiquei trancada com a televisão nos dias de chuva, onde já colhi pimentas das pimenteiras hoje já estragadas, onde minhas mãos já arderam antes do terror de passar açúcar nelas... se é que paravam de arder. Onde já tomei banho de mangueira, onde já tentei escalar a churrasqueira, onde já joguei dominó com os vizinhos no mesmo dia em que apareceu um cobra coral na referida casa, que foi jogada à pista pelo dono da casa (primeira vez). Onde já fiquei grilada por não saber jogar basquete, onde resultou numa cesta improvisada com milhares de arremessos falhados e alguns até acertados (sim, com a bola que posteriormente perdi pro vizinho). Onde eu começei a gostar de Danilo Gentili, onde eu esperei meu namorado pela primeira vez, e de onde eu saí para encontrar meu namorado antes mesmo de ser meu namorado. Onde via e ouvia Titãs, olhando pela janela com a esperança de sonhos e mais sonhos realizados; onde fertilizava ainda mais minha imaginação. Aqui que eu ficava quando minha mãe trabalhava, aqui que assistia o CQC pela internet e com raiva. Entre muitas outras coisas, que saudade daqui!
14/03/2010
07/03/2010
O que o câncer faz
Que texto difícil.
Justo eu, uma menina facilmente apavorada (ou apavoradamente fácil) , estou aqui pra falar de uma palavra tão indesejada por todos - câncer.
Câncer pode ser aquele signo zodiacal, onde o símbolo é um caranguejo e os nascidos entre os dias 21/06 e 20/7, como um irmão meu, "pertencem" a ele. Parece que os cancerianos são apegados à família. Divertidos... Wagner Moura é canceriano.
Câncer também pode ser o nome daquele trópico que é cortado no Hemisfério Norte, lá pela altura do México.
Mas nada alivia a dor com que falo do câncer mais doloroso.
Quero falar desse assunto aqui agora nesse post, porque aconteceu uma coisa muito chata no meu mundo recentemente. Uma amiga faleceu assim.
Ela era de São Paulo, tinha uns vinte e poucos anos - não sei a idade exata, pois fazia um tempo que eu não falava com ela (agora, sei o infeliz porquê). Conheci-a há uns dois anos, na internet, não a conheci pessoalmente e éramos amigas. Ela era querida por todos e, morreu de câncer.
Uma menina nova, amável, não resistiu à maldita. Lamentável. Mesmo.
Não é a primeira vez que a ocasião aconteceu no meu mundo. Já perdemos uma pessoa muito , mas muito querida por mim - e com certeza, pelo resto que o conhecia - assim, que batalhou contra e venceu 2 cânceres e no terceiro... bem, foi isso.
Agora eu pergunto: por que essas pessoas? Por que, justamente elas, foram escolhidas?
Parece injusto.
Deus sabe o que faz, mas deixa o doente sofrer com as sessões de quimioterapia, se sentir cada vez mais fraco e, ás vezes, fazê-lo não aguentar. Pode ser que Deus o queira mais perto dele. Faz sentido... Melhor não sofrer do que sofrer. Mas a pessoa sofre. E as pessoas a sua volta também. É isso que o câncer faz (mesmo quando você sabe da doença da amiga tarde demais).
Hoje estava assistindo o final do Jornal Hoje quando passou a notícia da morte daquele ator de Caras e Bocas. Denner Pacheco, 25 anos, câncer no estômago. Nossa, tão jovem... devia ser querido também.
Desculpem-me o texto baixo-astral, leitores-fantasmas... mas eu precisava escrever isto.
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